Galo bate Espectros e conquista o bicampeonato da BFA

Por Gabriel Ribeiro

No último domingo (16), o Galo Futebol Americano derrotou o João Pessoa Espectros em partida válida pela final da BFA, o Brasil Bowl, pelo placar de 17 x 13, no Estádio José Américo de Almeida Filho, o “Almeidão” na capital paraibana. As equipes não decepcionaram e fizeram uma partida de altíssimo nível e muito disputada com trocas de liderança no placar, grandes jogadas e turnovers; além do show da torcida pessoense, que empurrou a equipe da casa até o final. Com a vitória, o time da capital mineira se sagrou bicampeão brasileiro ao levantar a “onça dourada”, título que havia conquistado no ano anterior contra o mesmo esquadrão de João Pessoa, porém jogando em casa e sob a alcunha de Sada Cruzeiro.

 

A PARTIDA

 

O jogo se iniciou às 16 horas, do horário local, com kickoff de Luiz Protasio, kicker camisa 6 da equipe Belo Horizontina para o americano Callus Cox, que retornou até a linha de 30 jardas. O QB Rodrigo Dantas e seu ataque tiveram dificuldades em avançar no campo contra a talentosa e bem postada defesa do Galo, rapidamente sendo forçados a chutar o punt recebido pelo RB americano Parris Lee que preferiu não retornar e pediu fair catch.

A primeira campanha do ataque comandado por Álvaro Fadini começou com o pé esquerdo, após o snap do center Victor Quintas passar por baixo de suas pernas e ser recuperado pelo próprio quarterback, que jogou a bola fora logo em seguida. Apesar do contratempo o Galo conseguiu encaixar boas jogadas, dentre elas um passe de 38 jardas para o WR Pedro Henrique Medici, camisa 18 que aproximou a equipe da endzone. A forte defesa do Espectros, rankeada como o nº1 do torneio, no entanto, tinha outros planos: Álvaro e seus comandados não conseguiram mais grandes avanços após a grande recepção de Medici e se viram a obrigados a chutar o field goal da linha de 32. O forte vento, fator que interferiu no jogo aéreo das duas equipes, acabou por desviar o chute para fora, mantendo o placar intacto.

Com o início do segundo quarto, ambas as defesas continuaram a dar bastante trabalho para os ataques adversários, não permitindo que o placar fosse aberto até novo chute de Protasio, dessa vez da linha de 20 jardas e com vento a favor. Com o placar inaugurado, aos poucos Parris Lee foi mostrando o porquê de ser temido pelas defesas adversárias e conseguiu jardas preciosas nos drives seguintes, até finalmente quebrar 3 tackles em uma corrida de 34 jardas que resultou em touchdown para a equipe mineira.

Com o placar mostrando 10 a 0 para a equipe visitante tudo dava a entender que o João Pessoa Espectros não conseguiria uma reação: mais uma vez, três jogadas e punt para os donos da casa, dando uma ótima posição de campo para nova campanha ofensiva dos mineiros, que chegaram até a linha de 4 jardas da endzone após duas corridas de Lee. O primeiro passe com direção a Victor Hugo Mega no canto direito da endzone foi incompleto; o segundo tendo Medici como alvo, dessa vez encontrou um par de luvas. Só não eram luvas brasileiras. O americano Oshay Dunmore fez boa leitura e interceptou Álvaro dentro da enzone e retornou até a linha de 16 jardas, dando vida nova e ânimo para a torcida. No entanto, o ataque novamente foi dominado pela defesa e chutou punt, com retorno espetacular de Parris Lee para 40 jardas, invalidado por uma falta do time de retorno.

O ataque mineiro mais uma vez conseguiu caminhar bastante e chegar na redzone adversária, graças a Parris Lee, que, em uma jogada fenomenal, literalmente tirou a bola das mãos de um Fadini prestes a ser sacado por dois defensores e ainda ganhou 18 jardas, mostrando que o investimento feito nele não foi em vão. Apesar da resiliência da equipe mineira em não se abalar pelo turnover e conseguir caminhar no campo, o fim do primeiro tempo impediu uma nova pontuação dos visitantes. Fim do primeiro tempo, 10 a 0 Galo.

Na volta do intervalo, a defesa rubro-negra apareceu mais uma vez: logo no primeiro drive de ataque, o linebacker Igor Nery, camisa 35, interceptou Álvaro e retornou até a linha de 38 jardas, colocando seu ataque em ótima posição de campo e inflamando ainda mais a torcida. O ataque não avançou muito e o kicker Diego Aranha chutou seu primeiro field goal da tarde, diminuindo a diferença para 10×3. A conversão mudou a cara do jogo dali em diante, com o Espectros forçando um rápido punt e devolvendo a bola para o ataque, que caminhou com gosto pelo campo e chutou outro field goal: 10 a 6 Galo.

Nas campanhas seguintes, ao fim do terceiro quarto, o cenário se manteve semelhante, com mais um punt forçado pelo Espectros e outra campanha ofensiva ainda mais forte, com longas corridas do QB Dantas e de Callus Cox, que deixou o time da casa em situação de primeira para o goal na linha de 5. Na boca da endzone e com o apoio da torcida, Victor Ramalho, WR #11 recebeu passe rápido de Rodrigo Dantas e anotou o primeiro touchdown dos donos da casa na partida para virar o jogo. 13 a 10 Espectros.

Os minutos finais da partida foram de grande equilíbrio, com um punt para cada lado e defesas dominantes. Na posse seguinte do Galo, Fadini e seu ataque tiveram frieza para caminhar no campo, gastar relógio e entrar na endzone com outra corrida de Parris Lee, dessa vez de 8 jardas. 17 a 13 Galo.

O ótimo kickoff de Protasio e a cobertura do time de special teams alvinegra deixou Rodrigo Dantas e seu ataque em posição ruim no campo, tornando a árdua missão de virar a partida ainda mais difícil. Os Espectros, precisando de um touchdown, conseguiram um ótimo avanço no campo com grandes jogadas do WR Denner Lucena e de Cox, mas acabaram sofrendo um turnover por downs a poucos segundos do fim da partida, dando a vitória aos visitantes, que apenas ajoelharam na bola e levantaram a taça

 

PARRIS LEE MVP

 

Com 2 touchdowns anotados no Brasil Bowl, o running back Parris Lee foi nomeado o MVP da partida, tendo feito a diferença não apenas na grande final, mas ao longo de toda a temporada. Antes de vir ao Brasil, Lee jogou na NCAA por Georgia State University, Bergamo Lions da Itália e no Yeditepe Eagles da Turquia, onde conheceu Victor Mega e Rapha Cruz.

Foto: João Guilherme/Flickr

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *